segunda-feira, 9 de abril de 2012

OiChina dá palestra ao Metrô Rio e jornalistas


No dia 28 de março, a professora Liou foi convidada a dar uma palestra a funcionários do Metrô Rio e jornalistas da Globo, SBT, Record e Band, os quais terão a missão de conhecer pessoalmente a China em abril.
Liou trabalhou por mais de 10 anos na Secretaria de Relações Internacionais, tendo conhecimento profundo sobre procedimentos diplomáticos da China, além de assuntos como os costumes e a cultura local. Na palestra também deu dicas para o grupo que vai pela primeira vez à China, e não esqueceu ensinar frases de cumprimento em mandarim, que certamente aproximarão o relacionamento entre o povo dos dois países.




OiChina colabora com projetos sociais

OiChina colabora com projetos sociais da Lute SemFronteiras
Um dos projetos consiste na montagem de bibliotecas em comunidades ribeirinhas da Ilha de Marajó. 
Você pode ajudar doando livros de literatura, OiChina será um ponto de coleta.
Apelamos à participação de todos nesta importante iniciativa! 
你可以帮助他们吗?

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Veja: Educação na China


Gustavo Ioschpe
(Clique para ler a matéria completa do Gustavo Ioschpe)


A primeira coisa que chama a atenção nas aulas é a disciplina. Para um ocidental, e ainda mais brasileiro, parece até exagerada

Fui para a China em outubro, já esperando ver escolas diferentes da realidade brasileira, por tudo o que havia lido a respeito e pelo próprio resultado do PISA. Em dez dias de viagem, visitei cinco escolas. Mas mesmo todo o preparo não foi suficiente para, de início, afastar a impressão de que tudo aquilo que eu estava vendo era uma farsa, uma campanha de propaganda cuidadosamente elaborada pelo governo chinês para iludir esse forasteiro. Foi só depois de conseguir visitar escola sem o conhecimento ou consentimento do governo, de checar os rankings das escolas visitadas e de falar com uma série de alunos e ex-alunos chineses que me convenci de que o que estava vendo era uma boa representação da realidade.


A primeira diferença é do espaço físico, especialmente da limpeza e do cuidado. Os pisos das escolas eram imaculadamente limpos, e em duas ocasiões presenciei algo que nunca vi no Brasil: o diretor ou vice-diretor que nos acompanhava se agachando para recolher um pedaço de papel caído. As escolas têm três ou quatro andares. São escolas grandes, a maioria com mais de mil alunos. O sistema chinês é dividido em três níveis: o “Elementary”, do 1º ao 6º ano; “Middle”, do 7º ao 9º, e o “High School”, de três anos.

Não visitei nenhuma escola que tivesse os três níveis. A maioria tinha apenas um nível, ou no máximo dois (middle e high). Em algumas escolas cada série ocupava um andar. Essa organização do espaço é relevante. Pois em cada andar há uma sala de professores, e essa divisão permite que professores das mesmas séries estejam em contato frequente e tenham a formação do seu grupo de estudos facilitado. A sala de professores não tem nada a ver com esse espaço social e descontraído dos colégios brasileiros: em Xangai, cada professor tem o seu cubículo, em que guardam livros e materiais de sua disciplina e onde também há um computador, onde preparam o material de aula.

O mais marcante, porém, são as salas de aula. O espaço físico é parecido com as congêneres brasileiras, em termos de dimensão e formato. Tudo bastante simples. Só há três diferenças em relação às nossas salas de aula. A primeira é que, tanto em Xangai quanto Pequim, há uma bandeira da China sobre todo quadro-negro. A segunda é que há um data show, através do qual os professores mostram material didático através de apresentações de Power Point. O terceiro é que há vassoura e pá ao fundo de todas as salas: cabe aos alunos a limpeza do seu ambiente. Há equipe de limpeza nas escolas, mas elas só tomam conta das áreas comuns.

Acompanhei várias aulas de várias séries diferentes. Todas começam da mesma maneira. A professora não se atrasa, nem os alunos. A professora, de pé, então se inclina em direção à classe e diz: “bom dia, alunos”. Os alunos então se levantam, se inclinam em direção à professora e, em uníssono, respondem: “bom dia, professora”. Eles então se sentam e a aula inicia. 

Não há chamada nas aulas chinesas. Cada turma tem um professor que é designado o seu “head teacher” (professor responsável, em tradução livre), que deve ter um contato mais aprofundado com aquela turma, conhecer seus alunos, suas famílias etc. Uma vez por dia, em horário aleatório, o professor responsável passa pela turma e vê se tem alguém faltando. Se há, ele deve ligar para seus pais para saber o que está acontecendo. Caso todos estejam lá, o professor dá uma espiada e vai embora. É um detalhe simples, mas pense em seu efeito. Se você tem oito períodos por dia e gasta, digamos, três minutos fazendo chamada, quase meia hora de aula do dia terá sido desperdiçada com esse ritual. Ajuda o fato de que quase ninguém falta, claro. Nem alunos, e muito menos professores.

No meu primeiro dia na China, em Pequim, conversava com uma diretora de escola, Cui Minghua, 55. Perguntei a ela se o absenteísmo de professores era um problema sério. Ela me olhou algo incrédula, conferiu a pergunta com a tradutora. Pra simplificar, perguntei quantos professores, em média, faltavam num determinado dia (a escola é muito grande, com mais de 4 mil alunos). “Nenhum”, ela me disse, ainda sem entender muito onde eu estava querendo chegar. Então lhe expliquei que em muitos lugares do Brasil o absenteísmo de professores era um problema sério, que causava o cancelamento de aulas, a perda de ritmo de ensino etc. A sra. Cui me pareceu um pouco incrédula, e me contou a sua história para explicar o porquê de sua incompreensão. Ela estava na carreira há 32 anos, sendo mais de 20 deles como professora. Em todo esse tempo, tirou uma licença médica para realizar uma operação, mas fora isso não teve falta nenhuma, em nenhum ano.

O sistema é realmente organizado para que o tempo seja utilizado de forma efetiva. As aulas têm quarenta minutos de duração e dez minutos de intervalo entre elas, ao contrário do sistema brasileiro, em que a maioria das escolas adota aulas de 50 minutos, sem intervalos, exceto o recreio. Como os professores precisam mudar de aula (na China também), é óbvio que esse horário é inexequível. O professor brasileiro sempre vai chegar na aula atrasado, e como o atraso é inevitável e sua duração é incerta, o professor tem a liberdade de demorar o que achar necessário, e os alunos podem fazer a balbúrdia que bem entenderem. Na escola chinesa, os horários são cumpridos à risca, e os alunos sabem quando a descontração começa e quando ela terá de terminar. Quando a professora chega à aula, todos estão prontos para começar a lição.

A primeira coisa que chama a atenção nessas aulas é a disciplina. Para um ocidental, e ainda mais brasileiro, parece até exagerada. A separação entre as carteiras é milimétrica, e todas as mesas estão perfeitamente alinhadas em relação à parede frontal. As cadeiras, por sua vez, também estão alinhadas com as carteiras, e todos os alunos sentam de frente para o quadro negro, costas eretas e pernas dentro de suas mesas. Na maioria das classes que visitei havia entre 30 e 35 alunos, mas a média de Xangai é mais alta, de mais de 40 alunos no middle school e 38 no high school.

O que mais chama a atenção é que não há “turma do fundão”, conversas paralelas ou problemas de disciplina. Não vi um único aluno pedindo para ir ao banheiro nem, muito menos, celular tocando. Em quase todas as aulas que presenciei, a professora tinha o total domínio da situação e mantinha a atenção de todos os alunos, todo o tempo. Pra quem está acostumado com salas de aula em que uma minoria costuma prestar atenção e vários outros grupelhos paralelos se formam, cada qual falando sobre o seu assunto, foi incrível ver uma sala assim. Nas aulas chinesas, o valioso e escasso tempo de contato entre professores e alunos é usado para ensinar. A organização da aula costuma ser assim: a professora começa recapitulando onde pararam e o que aprenderam na aula passada, rapidamente. Depois explica o conteúdo novo. Então faz alguns exercícios, com o auxílio do data show, em que a ideia subjacente ao conteúdo é explicitada e testada.

Sempre que possível, esses exercícios são feitos repetidamente, sob prismas diferentes, pra ter certeza de que o aluno entendeu o princípio e não apenas se tornou um resolvedor de problemas. E os exemplos usados eram, várias vezes, ligados a temas de interesse dos alunos. Assim, por exemplo, quando estive em uma aula de Matemática da 3ª série e a professora queria ensinar a calcular o perímetro de uma superfície, ela usou o exemplo de uma quadra de basquete, um dos esportes mais populares do país. Mostrou que aquela quadra tinha 28 metros de largura por 15 de altura, e então ensinou como o perímetro podia ser derivado: somando-se todos os lados (28+15+28+15), somando a altura com a largura e multiplicando por dois [(28+15) x 2] e duplicando cada lado para depois somar [(28x2)+(15x2)]. Abre-se então uma sessão de perguntas e respostas, que tem um ritual peculiar: quando a pergunta é feita, várias mãos costumam ser erguidas. Os alunos têm ânsia de participar. E todos levantam a mão exatamente da mesma maneira: o braço é levantado na altura do ombro, paralelo à mesa de cada um. Quando um aluno é selecionado pelo professor, ele ou ela se levanta antes de responder e se senta logo depois. Depois desse momento, costuma haver um tempo em que os alunos trabalham sozinhos, fazendo exercícios. Perto do fim da aula, a professora corrige alguns desses problemas, normalmente pegando os cadernos de alunos com dificuldades e os mostrando a todos, mesmo que tenha erro. Se aquele aluno estiver errado, alguém com a resposta certa será encontrado e explicará a resposta certa para a turma. E, importante, a professora volta ao aluno que havia dado a resposta errada e fica com ele para ter certeza de que entendeu onde errou e como a resposta certa diferia da sua. O circuito é fechado.
Esse microcosmo mostra três dimensões importantes da educação chinesa: disciplina, transparência e foco no aprendizado de todos os alunos. 

A disciplina é visivelmente ensinada pela escola. Não é possível imaginar que crianças e adolescentes tenham um impulso natural de se levantar para responder uma pergunta ou que levantem o braço.

Sem um mínimo de disciplina e ordem, em que o professor possa se fazer ouvir, não é possível dar aula. E sem um sistema em que todos os alunos são ativamente envolvidos pelo professor e em que os grupos, conversas ou interesses paralelos são dissolvidos, não é possível haver disciplina. Como no Brasil ainda se confunde ordem com autoritarismo, a desordem também é confundida com liberalidade, e dessa bagunça não sai aula que preste. 

Os resultados mensais dos alunos são exibidos para toda a comunidade escolar. Todo aluno sabe como está o seu desempenho em relação aos seus colegas de turma e de escola. Em um sistema muito competitivo e justo, essa transparência é quase indispensável. Porque a educação chinesa é uma corrida constante, em que apenas os melhores e mais esforçados alunos conseguem chegar às boas universidades.

Como o número de alunos das escolas técnicas não é pequeno – na China como um todo, 47% da matrícula no ensino médio está em escolas técnicas/vocacionais – e, por outro lado, a competição para entrar na universidade é muito acirrada, não dar ao aluno e seu pai a noção exata de onde ele se encontra durante o decorrer de sua vida escolar e quais são suas reais perspectivas seria quase criminoso. Ademais, ajuda o fato de que a transparência é para todos: também os professores recebem notas que são divulgadas entre seus colegas, e também cada escola é ranqueada em seu distrito e tem sua posição divulgada publicamente. O aluno não tem razão para se sentir injustiçado ou perseguido, portanto: o sistema é o mesmo para todos.

O que contrabalança toda essa cobrança e rigor é o inegável compromisso de todos os educadores chineses – do professor primário da escola do interior ao ministro – com o efetivo aprendizado de todos os alunos e com o seu bem-estar em geral. A China ainda ostenta um forte sentimento de patriotismo e de comunidade. Não foram poucos os alunos com quem conversei que disseram ter vontade de ficar no país para ajudar a construir um projeto coletivo de futuro. Um mestrando me disse explicitamente que recusaria ofertas salariais mais altas de empresas estrangeiras, para poder ficar no país. O sentimento de lealdade familiar e, por extensão, à coletividade mais ampla está arraigado na cultura chinesa de uma maneira que é difícil para um ocidental compreender. É paradoxal que um país de 1,3 bilhão de habitantes se comporte de modo algo provinciano, como uma grande família, mas é verdade. E em nenhuma área esse desvelo é mais evidente do que na educação, que representa um enorme esforço dos chineses adultos para com a próxima geração.

Hejio Jiang, 14 anos, é aluna da escola de Xangai que visitamos em segredo.
Ela é aluna top 5 da sua aula e top 15 da sua série. Ano passado, suas notas subitamente caíram, e ela ficou em 36º lugar na série. Sua professora a chamou para uma conversa particular. Não para cobrar, reclamar ou dar bronca, mas para saber o que estava acontecendo. Quis saber como andavam as coisas em casa, se havia brigas, como andava o trabalho do pai etc. Quis entender o que estava acontecendo e se colocou à disposição para ajudar. Notando que não havia nenhum problema familiar, entrou em contato com os pais e, juntos, trabalharam para que Jiang voltasse a ser uma aluna top, o que efetivamente aconteceu. Os cuidados também se manifestam nas áreas mais simples, como o físico. Nessa escola, me chamou a atenção que 16 dos 25 alunos de uma turma que visitei usavam óculos. Perguntei ao diretor que nos acompanhava se a escola fazia testes visuais. Ele me explicou que não apenas aquela escola, e não apenas testes de visão: em todas as escolas da China todos os alunos passam por um exame físico básico a cada ano. Médicos e enfermeiros vêm à escola e passam um dia examinando os alunos, verificando visão, audição e saúde geral. Confirmei a informação nas outras escolas em que visitei.

Na China, o sistema realmente se importa com cada aluno. Essa talvez seja, em síntese, a razão do sucesso da educação chinesa: ela combina a competitividade dos americanos com o cuidado e amparo dos melhores sistemas europeus. A competição, sozinha, tem gerado comportamentos antiéticos e a seleção e priorização dentre o alunado. E os sistemas sem nenhuma competição e cobrança, em que tudo é oferecido e pouco é exigido, acabam se tornando complacentes. O Brasil não faz nenhum dos dois – bane a competição por inclinação ideológica, e o fracasso acadêmico dos alunos mostra que a preocupação com sua formação é conversa mole. A China está conseguindo unir as duas vertentes. Pode cobrar e exigir muito do aluno porque ele sabe que é pro seu bem, que o sistema visa os seus interesses. E também porque o sistema é justo. Não apenas cobra de todos os alunos, mas cobra ainda mais de seus professores.

(Clique para ler a matéria completa do Gustavo Ioschpe)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

China é um lugar no qual nomes portam significado profundo

A Coca-Cola escolheu Kekoukele, que soa parecido com o original e cujos ideogramas significam Saborosa Diversão
MICHAEL WINES 
DO “NEW YORK TIMES”, EM PEQUIM

Depois de um dia de trabalho, o morador sofisticado de Pequim gosta de trocar os sapatos sociais por um par de Resistir e Perseverar, acelerar sua Cavalo Precioso e sair para o bar, onde se refrescará com um copo de Poder da Felicidade bem gelada. Se for abstêmio, talvez peça uma Saborosa Diversão.


Para um ocidental, essas marcas são conhecidas como Nike, BMW, Heinekene Coca-Cola, respectivamente.


E quem está achando graça pode se divertir à vontade: as empresas que criam esses nomes também estão rindo -na fila do banco onde depositam seus ganhos. Mais que muitos outros países, a China é um lugar no qual nomes portam significado profundo.


Já que o mercado chinês de bens de consumo está crescendo em mais de 13% ao ano -e as vendas de bens de luxo atingem os 25% de avanço-, um nome desafinado pode ter sérias consequências financeiras. E, assim, a arte de selecionar um nome que funcione bem junto aos consumidores chineses deixou de ser arte.


Transformou-se em uma espécie de ciência, com consultores, softwares e análise linguística para garantir que um nome que soa melodioso aos ouvidos de um chinês que fale mandarim não seja irritante para um compatriota que fale cantonês.


O paradigma talvez seja a Coca-Cola, cujo nome chinês, Kekoukele, não só soa parecido com o original em inglês, mas transmite uma ideia de sabor e diversão de uma maneira que o original não é capaz de acompanhar. Há também a Reebok, ou Rui bu, cujo nome chinês significa "passos rápidos". E a Colgate -Gao lu jie, "revelar uma limpeza superior".


Encontrar um bom nome exige mais que identificar formas homófonas espertas para os originais em inglês. "Você deseja traduzir seu nome ou criar uma marca para a China?", diz Monica Lee, diretora-executiva da Brand Union, uma consultoria de Pequim. "Se a opção são sons fonéticos, todos sabem de onde você veio -sua marca será identificada imediatamente como estrangeira."


PRESTÍGIO


Para alguns produtos, ter um nome que soe estrangeiro oferece prestígio. Muitas marcas de ponta como Cadillac (Ka di la ke 凯迪拉克) ou Hilton (Xi er dun 希尔顿) empregam traduções fonéticas que não têm significado em chinês. Por outro lado, um nome genuinamente chinês pode dizer coisas sobre um produto que uma coleção de homófonos jamais poderia.


No caso do Citiybank, Hua qi yinhang quer dizer literalmente "o banco da bandeira de listras e estrelas". Ou, para a cadeia de hotéis Marriott, Wan hao significa "10 mil elites prósperas". Pentium, Ben teng, quer dizer "galopando".


É difícil determinar por que certas palavras chinesas têm tamanha carga emocional. Mas Denise Sabet, vice-diretora geral da Labbrand Consulting Company, de Xangai -cujo negócio é criar nomes para empresas ocidentais-, sugere que as razões incluem diferenças culturais e a dependência chinesa do uso de ideogramas, em lugar de um alfabeto fonético.


Cada ideograma é uma combinação de desenhos que podem portar significados próprios. E há alguns nomes que é preciso evitar. A Microsoft teve de reconsiderar antes de lançar o serviço de buscas Bing porque em chinês as definições mais comuns para o ideograma com esse som são "doença", "defeito" e "vírus".


O nome reformulado, Bi ying, significa algo como "responde sem falhas".


Tradução de PAULO MIGLIACCI


Após ler o artigo, vamos aprender como se fala em chinês as sucedidas marcas citadas acima:


Nike - 耐克 - nài kè - resistir e perservar
BMW - 宝马 - bǎo mǎ -  Cavalo Precioso 
Heinekene - 喜力 - xǐ lì - Poder da Felicidade
Coca-Cola - 可口可乐 - kě kǒu kě lè - Saborosa diversão
Pentium - 奔腾 - bēn téng - Galopando
Bing - 必应 - bì yìng - Responde sem falhas
Citiybank 花旗银行 - huā qí yín háng - Banco da bandeira de listras e estrelas
Reebok - 锐步 - ruì bù - Passos rápidos
Colgate高露洁 - gāo lù jié - Revelar uma limpeza superior

sábado, 29 de outubro de 2011

China é o terceiro país que mais recebe turistas no mundo

Cidade Proibida de Beijing


A China ultrapassou a Espanha e é o terceiro destino turístico mais visitado do mundo, atrás somente da França e dos Estados Unidos, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (28) em Turim, na apresentação do TurisMonitor 2012.

O levantamento, realizado pelo Centro de Estudos do Touring Club Italiano, com a contribuição da companhia aérea Alitalia, mostra que em 2010 a China registrou 55,7 milhões de desembarques, um aumento de 9,4% em relação ao ano anterior.

A França, por sua vez, manteve a dianteira com 76,8 milhões de visitas, número que se mostra estável desde 2009. O segundo lugar é ocupado pelos Estados Unidos, que teve, por sua vez, 59,8 milhões, uma quantidade 8,8% maior do que há dois anos.

A Espanha, embora tenha tido crescimento de 1% nos desembarques, foi visitada 52,7 milhões de vezes, número que a coloca à frente da Itália, com 43,6 milhões de chegadas.

O avanço chinês também é percebido na classificação dos países que mais gastam com turismo, que tem a Alemanha como líder, com R$ 135,2 bilhões (78,1 bilhões de dólares) em 2010, seguido por Estados Unidos com R$ 129,8 bilhões (75,5 bilhões de dólares) e da China, que superou o Reino Unido, com R$ 95,2 bilhões (55 bilhões de dólares), um crescimento de 25,6% em relação a 2009.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Depoimento do aluno Luiz Depine

Luiz Depine, presidente da Associação Brasileira de Carbono (ABCarb), iniciou o estudo de mandarim no OiChina em abril de 2010. Um dos motivos era que Luiz ia participar do congresso internacional de carbono em Shanghai.

Com mais de 60 anos, foi um dos alunos mais dedicados da turma. Como tem pouco tempo para estudar, devido ao trabalho, Luiz faz resumos e criou uma lista de vocabulário. Sempre leva a folha onde quer que vá, estudando e praticando o idioma enquanto espera na fila ou em viagens . Com todo esforço e disciplina, durante um ano e meio, Luiz obteve o resultado esperado e até uma surpresa: ser aplaudido pela plateia de centenas chineses.

Nossos parabéns para Luiz!

A seguir o Luiz nos conta a viagem dele na China:

Photobucket

Prezados,


No início do mês de agosto de 2011 retornei de uma viagem à China onde fui a trabalho e aproveitei para fazer algum turismo.

Conheci os principais pontos turísticos de Beijing, Xi’An e Shang Hai.

Em Beijing, embora a “Cidade Proibida” seja muito bonita e interessante, o ponto alto é, sem nenhuma dúvida, a Grande Muralha. Aconselho, também, a visita ao Palácio de Verão e ao Templo do Lama.

Viaja-se, aproximadamente, duas horas de avião para chegar à Xi’An, mas vale a pena para visitar os guerreiros de terracota. São centenas de guerreiros, não existem dois iguais e somente um foi encontrado inteiro porque toda a área foi destruída, pelos mongóis, no passado. Cada guerreiro está sendo restaurado individualmente. É um fantástico trabalho de recuperação arqueológica.

Shang Hai é uma cidade cosmopolita que impressiona pelo tamanho e pela sua arquitetura. A região do Bund não pode deixar de ser visitada. A região mais conhecida para compras é a área de pedestre da Nan Jing Lu (Nan Jing Road).

Apesar de ter caminhado por essas três cidades, pelos locais mais diversos, não fui capaz de encontrar um pedaço de papel ou uma guimba de cigarro no chão, embora não me lembre de ter visto nenhuma lata de lixo. Mesmo nos locais turísticos, onde o volume de pessoas atinge às dezenas de milhares, a limpeza é completa e total.

Eu tinha muito receio da alimentação porque minha esposa é alérgica a vários tipos de condimentos, mas freqüentei somente os restaurantes classificados como A (alto nível) e não tive nenhum problema. Quanto aos preços, não há comparação com o Brasil. Come-se nesses restaurantes classe A por um valor mais baixo que “pé-sujo” no Brasil. Dos hotéis, então, não há termo de comparação. Hotéis cinco estrelas na China tem valor correspondente a hotéis de uma ou duas estrelas no Rio de Janeiro.

O povo chinês tem perfeita consciência da dificuldade e da barreira que sua língua impõe para o relacionamento com o mundo ocidental, sendo assim, qualquer coisa que for (ou puder) dita em mandarim vai triplicar a atenção que lhe será dada na China. Houve situação em que todas as atendentes de uma loja vieram conhecer o estrangeiro que foi capaz de dizer duas ou três palavras em mandarim. É altamente recomendável fazer qualquer tipo de comunicação em Mandarim, mesmo que a pronúncia não seja excelente, porque eles vão reconhecer o esforço.

Falando de pronúncia, os tons, em Mandarim, são fundamentais. Existe uma quase impossibilidade de comunicação se não forem utilizados os tons corretos. Por isso, escrever em Mandarim é muito importante. Se não for possível se fazer entender falando é possível se comunicar através da escrita com bastante facilidade. Todos entendem o Mandarim simplificado que aprendemos. Por exemplo, não é um hábito chinês tomar café após as refeições, e sim o chá. Quando solicitei café, em Mandarim, não consegui me fazer entender por utilizar os tons errados, mas obtive o que queria, juntamente com a atenção dos atendentes do restaurante, por escrever café em Mandarim no guardanapo de papel. Eu diria que sem os tons corretos, a pronúncia de qualquer palavra é quase inútil.

Ao final do congresso do qual eu participei, convidei a audiência a vir ao Brasil em 2013 e utilizei o Mandarim no meu último slide, ao mesmo tempo em que pronunciava algumas poucas palavras em chinês. Esse foi, sem dúvida, o ponto alto da viagem pela calorosa recepção e reconhecimento da platéia chinesa. Eu imaginava que lhes agradaria o uso do Mandarim, da mesma forma que nos agrada quando um estrangeiro tenta se comunicar em português aqui no Brasil, só que a reação da platéia superou em muito minhas expectativas.

Agradeço à Professora Liu e ao OiChina pela confiança que me deram de visitar à China sem medo e, principalmente, de me dirigir a uma platéia de mais de 600 pessoas em um língua que há um ano atrás me era completamente desconhecida.

Luiz Depine de Castro.