quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Depoimento do aluno Luiz Depine

Luiz Depine, presidente da Associação Brasileira de Carbono (ABCarb), iniciou o estudo de mandarim no OiChina em abril de 2010. Um dos motivos era que Luiz ia participar do congresso internacional de carbono em Shanghai.

Com mais de 60 anos, foi um dos alunos mais dedicados da turma. Como tem pouco tempo para estudar, devido ao trabalho, Luiz faz resumos e criou uma lista de vocabulário. Sempre leva a folha onde quer que vá, estudando e praticando o idioma enquanto espera na fila ou em viagens . Com todo esforço e disciplina, durante um ano e meio, Luiz obteve o resultado esperado e até uma surpresa: ser aplaudido pela plateia de centenas chineses.

Nossos parabéns para Luiz!

A seguir o Luiz nos conta a viagem dele na China:

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Prezados,


No início do mês de agosto de 2011 retornei de uma viagem à China onde fui a trabalho e aproveitei para fazer algum turismo.

Conheci os principais pontos turísticos de Beijing, Xi’An e Shang Hai.

Em Beijing, embora a “Cidade Proibida” seja muito bonita e interessante, o ponto alto é, sem nenhuma dúvida, a Grande Muralha. Aconselho, também, a visita ao Palácio de Verão e ao Templo do Lama.

Viaja-se, aproximadamente, duas horas de avião para chegar à Xi’An, mas vale a pena para visitar os guerreiros de terracota. São centenas de guerreiros, não existem dois iguais e somente um foi encontrado inteiro porque toda a área foi destruída, pelos mongóis, no passado. Cada guerreiro está sendo restaurado individualmente. É um fantástico trabalho de recuperação arqueológica.

Shang Hai é uma cidade cosmopolita que impressiona pelo tamanho e pela sua arquitetura. A região do Bund não pode deixar de ser visitada. A região mais conhecida para compras é a área de pedestre da Nan Jing Lu (Nan Jing Road).

Apesar de ter caminhado por essas três cidades, pelos locais mais diversos, não fui capaz de encontrar um pedaço de papel ou uma guimba de cigarro no chão, embora não me lembre de ter visto nenhuma lata de lixo. Mesmo nos locais turísticos, onde o volume de pessoas atinge às dezenas de milhares, a limpeza é completa e total.

Eu tinha muito receio da alimentação porque minha esposa é alérgica a vários tipos de condimentos, mas freqüentei somente os restaurantes classificados como A (alto nível) e não tive nenhum problema. Quanto aos preços, não há comparação com o Brasil. Come-se nesses restaurantes classe A por um valor mais baixo que “pé-sujo” no Brasil. Dos hotéis, então, não há termo de comparação. Hotéis cinco estrelas na China tem valor correspondente a hotéis de uma ou duas estrelas no Rio de Janeiro.

O povo chinês tem perfeita consciência da dificuldade e da barreira que sua língua impõe para o relacionamento com o mundo ocidental, sendo assim, qualquer coisa que for (ou puder) dita em mandarim vai triplicar a atenção que lhe será dada na China. Houve situação em que todas as atendentes de uma loja vieram conhecer o estrangeiro que foi capaz de dizer duas ou três palavras em mandarim. É altamente recomendável fazer qualquer tipo de comunicação em Mandarim, mesmo que a pronúncia não seja excelente, porque eles vão reconhecer o esforço.

Falando de pronúncia, os tons, em Mandarim, são fundamentais. Existe uma quase impossibilidade de comunicação se não forem utilizados os tons corretos. Por isso, escrever em Mandarim é muito importante. Se não for possível se fazer entender falando é possível se comunicar através da escrita com bastante facilidade. Todos entendem o Mandarim simplificado que aprendemos. Por exemplo, não é um hábito chinês tomar café após as refeições, e sim o chá. Quando solicitei café, em Mandarim, não consegui me fazer entender por utilizar os tons errados, mas obtive o que queria, juntamente com a atenção dos atendentes do restaurante, por escrever café em Mandarim no guardanapo de papel. Eu diria que sem os tons corretos, a pronúncia de qualquer palavra é quase inútil.

Ao final do congresso do qual eu participei, convidei a audiência a vir ao Brasil em 2013 e utilizei o Mandarim no meu último slide, ao mesmo tempo em que pronunciava algumas poucas palavras em chinês. Esse foi, sem dúvida, o ponto alto da viagem pela calorosa recepção e reconhecimento da platéia chinesa. Eu imaginava que lhes agradaria o uso do Mandarim, da mesma forma que nos agrada quando um estrangeiro tenta se comunicar em português aqui no Brasil, só que a reação da platéia superou em muito minhas expectativas.

Agradeço à Professora Liu e ao OiChina pela confiança que me deram de visitar à China sem medo e, principalmente, de me dirigir a uma platéia de mais de 600 pessoas em um língua que há um ano atrás me era completamente desconhecida.

Luiz Depine de Castro.